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Poucas palavras, pequenas compreensões e vários sentires.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

MÁQUINAS EM DETRIMENTO DO CORPO


O ser humano cada vez mais tem se distanciado de sua humanidade. Toques, olhares, movimentos e pensamentos não pertencem mais a categoria do corpo, pertencem, agora, a uma categoria motora ausente do corpo, fora do mecanismo visceral. O homem ausente de si mesmo, esse é o retrato cada vez mais notório de uma sociedade utilitarista, de pessoas amputadas, que não sabem mais andar sem suas carruagens e cavalos metálicos; que não sabem mais falar sem suas caixas mágicas; que não sabem mais amar e nem pensar sem seus aparelhos futuristas, papagaios da tecnologia estática, sem movimento, sem olhares, sem sabor. Modelados unicamente para ingerir um modelo socioeconômico suicida e antirreflexivo. Escrevendo uma sentença miserável em seus próprios epitáfios, a sociedade caminha inexoravelmente como câncer em direção a sua própria aniquilação. Não existe mais o pensar, as máquinas já se apoderaram do homem, o homem mesmo já “pensa” como máquina, o instinto não é mais humano é mecânico, a máquina assume o lugar dos corpos.

03/09/2011

CIDADÃO DO MUNDO


Território, povo e cultura, esses são os parâmetros que alguns acreditam distinguir e separar os povos, como se uma nação nada tivesse haver com outra. Nomeamos os problemas e catástrofes de outros lugares como algo ausente de nós, como se todos nós não participássemos do mesmo plano. As singularidades territoriais, culturais e linguísticas não nos torna seres completamente ausentes uns dos outros; quando se fere um homem, fere-se a todos os homens, afinal, somos todos filhos das mesmas dores e alegrias, filhos dos mesmos erros, filhos da mesma História. Não há nação superior à outra, a nacionalidade suprime a vocação de sermos homens peregrinos, de sermos homens de todos os lugares. Por isso prefiro ser este homem mundano, este "cidadão" do mundo.
Paulo Victor, 04/09/2011.